Era uma vez uma menina velha, mas muito nova, um tanto diferente, mesmo muito comum. Ela sempre esteve só, bem, não tão só. Morava em uma casa cheia de parentes, não realmente família, porém tinham o mesmo sangue. Todos eram indiferentes uns com os outros, sempre idênticos em tudo. Acaba que a menina era a … Continue lendo A menina cabeça de repolho
Autor: Gabriela
Vendo ciscos de poeira
Os tijolinhos beges deixavam o comando muito grande, parecendo ainda mais vazio. As 12 lâmpadas iluminavam o ambiente uniformemente, no entanto, não brilhava muito. O ar-condicionado não estava gelando, era algo como ventilador, uma brisa fresca, com a queda da temperatura no final da tarde, estava sendo suficiente. De tempos em tempos o som agudo … Continue lendo Vendo ciscos de poeira
Reanach
Tão bonita, não à primeira vista, claro, pois o que é belo à primeira olhada acaba por ser comum. Mas bela à segunda vista, que é a beleza única. Ela era assim. Caminhava como se nada no mundo pudesse a preocupar. Seu andar era meio torto, meio de lado, às vezes falhava, com alguns passos … Continue lendo Reanach
Narcisismo ou se entender
Não sou uma pessoa paciente. Nunca fui. E não tenho planos de começar a ser. Pois o que me move é a falta de paciência. Por essa razão jamais tentarei me dispor algo que não tenho vontade, porque meu tempo é pouco, minha pressa urge e a minha vida passa.Eu cultivo em mim o péssimo … Continue lendo Narcisismo ou se entender
Prezada, eu
Muito pouco muito me perturba. Às vezes sou assim, facilmente perturbável. Nunca vejo a hora de me mover, de mudar, de agir. Mas naqueles dias em que me vejo completamente só, mesmo que a contragosto fico assim, só. Não nego o desprezo que tenho por precisar de outros, afinal, quem gosta de precisar de algo. … Continue lendo Prezada, eu
Sete vezes sete
Talvez sete não seja o número de sorte, talvez sete seja apenas o número limite. Sendo esse limite definido por cada um, tudo precisa de um limite. Às vezes é apenas a quantidade de vezes em que se pode tentar algo. Em algumas delas deve-se fazer como aquela voz disse desde a primeira vez no … Continue lendo Sete vezes sete
Caça e caçadora
Ela via a sombra desde pequena, sempre pelos cantos, espiando e correndo de um lado para o outro. Nessa época, corria atrás dela até os pulmões perderem o fôlego, até mesmo em dias ensolarados, em que mal se formava uma sombra de árvore, era possível a encontrar se esgueirando por entre as frestas escuras.Quando já … Continue lendo Caça e caçadora
Metamorfose da sobrevivência
Ela deu a seta, entrou na rodovia sem dificuldade, passando a segunda marcha, acelerando, passando a terceira, acelerando, passando a quarta, acelerando. Pensava que precisava calibrar os pneus carecas logo no início da viagem, eles poderiam murchar até rasgar entre o aço e o asfalto, ou se estivessem cheios demais, estourar e a matar em … Continue lendo Metamorfose da sobrevivência
Pessoa difícil
Algo que demorei tempos a perceber, agora suspira transparência com hálito de hortelã contra meu rosto. Não sou pessoa de alta manutenção, até porque, não tenho o mundo a oferecer, apenas o fazer parte de meu mundo. Como não demando muito, acaba que me tomam por forte, não sei se sou forte assim, gosto de … Continue lendo Pessoa difícil
Ophelia
Palavras são esquecidas, emoções desvanecem, tudo com o tempo. O tempo desgasta, o tempo cobra. O tempo dá antes de tomar. Ele não foi me dado pelo tempo. Nem o tempo foi me dado por ele.Sempre muito jovens, sempre muito imaturos. Sempre em sintonias diferentes. Sempre. Eu me orgulho dele, sempre vou.Um dia, olharei em … Continue lendo Ophelia