Sabe, outro dia me peguei a pensar, na obra Little Women, traduzido se torna Mulherzinhas e esse título me incomoda, me deixa com uma pulga atrás da orelha. Mas por que? Minha própria voz da mente respondeu de prontidão, “porque o ruim é coisa de mulherzinha”.
Quantas vezes, na infância e juventude, você não presenciou meninos ruins em dado esporte que acabou por escutar que joga bola como “mulherzinha”, ou saca a bola de vôlei como “mulherzinha”, até mesmo que está a chorar como “mulherzinha”. Mulherzinha é fraqueza, é insignificância, é carência, é sensibilidade, é lágrima.
Os tempos estão mudando, sempre dizem no jornal, desde antes do momento em que nasci, assim como antes do momento em que minha bisavó também. A sociedade vive em um rio, sempre fluído, com poluição, com pedras, folhagens e animais mortos, mas sempre fluindo. No entanto, a mulherzinha ainda está aqui, soprando em nossos ouvidos sua fraqueza.
Dizem: “Seja homem, faça como homem, seja forte, proteja as fracas e inocentes, seja viril e malicioso para que possa cuidar melhor delas, pois você não é mulherzinha”. Esse é um discurso comum dado a meninos, adolescentes e adultos.
Continuo a pensar o porquê do título Mulherzinhas me incomodar tanto durante algumas semanas, é porque sou uma mulherzinha forte.