
Momo (Aras Bulut İynemli) vive com sua filha Ova (Nisa Sofiya Aksongur) e a Vovó (Celile Toyon Uysal) tranquilos em um vilarejo na Turquia. Momo possui uma deficiência intelectual que a Vovó certa vez explica a Ova que seu pai contava com a mesma idade da criança, por isso é um pai e neto especial para ambas.
Em dado momento, Ova pede uma mochila vermelha de sua personagem em quadrinhos favorita, no dia seguinte seu pai vende maçãs do amor e levanta o dinheiro para aquele material. O acaso trás o infortúnio de alguém realizar a compra antes. Essa situação resultou em uma alteração de humor em que Momo tentou retirar a mochila da menina que a usava, rapidamente arremessado ao chão pelo pai da mocinha. A situação foi difícil para o pai e a filha, mas o que mais a chateou foi a violência acometida a seu pai, que é o homem mais gentil que conhece.
Algum tempo depois, pastorando as ovelhas, o jovem pai viu um grupo de crianças brincando, entre elas estava a menina com a mochila vermelha que a sua filha também queria. Ela o chamou para brincar, ele a seguiu em sua inocência infantil. Chegaram perto de rochedos que davam para o mar, ele pediu a ela para se afastar, mas com seus pedidos ignorados a fatalidade ocorreu.
A garota escorregou nas pedras, bateu a cabeça e caiu no mar. Essa morte foi jogada para cima dos ombros do Momo, que nada poderia fazer e sem qualquer recurso que o defendesse. Foi espancado pelos oficiais e recebeu o pior tratamento possível, a criança que morreu era filha de um homem de alta patente no exército turco, e o prisioneiro seria sempre lembrado do “crime”. Ao chegar em seu novo cárcere foi recebido a pancadas e passou dez dias no hospital.
Com o decorrer do tempo, todos os companheiros de cela perceberam a simplicidade e gentileza do homem que antes era considerado um criminoso bárbaro se tornou um rapaz caloroso, amigável e inocente.
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A trama se desenvolve em torno do tratamento que Momo recebe, considerado uma pessoa sã e capaz de responder por seus atos. É condenado injustamente por algo que não houve um crime, mas sim um acidente.
Alguns dos pontos que chamam mais a atenção são a conexão entre pai e filha e a extensão de até aonde a dor pode levar. A fúria cega de um pai com o sentimento de perca, o desespero de uma filha ao ver seu pai a caminho da forca.
Possui bonitas cenas e conta sobre um dos presos, mas fora isso a história é bem centralizada no tema principal. Não me emocionei tanto quando os internautas e comentadores dizem. É sentimental, mas outros me comovem muito mais, como Uma prova de amor e Sempre ao seu lado. Esses filmes e outros ainda mais comoventes não podem ser comparados a Milagre na cela 7, pois estão em outro patamar.

Outro porém, é que essa história já está presente há tempos no mundo cinematográfico, como em Miracle in Cell No. 7, um filme sul-coreano lançado em 2013 mas que não obteve tanto reconhecimento quanto a produção turca.
Milagre na cela 7 versão turca está disponível em: https://www.netflix.com/title/81239779?s=a&trkid=13747225&t=cp