A menina e o querer

Ela desde menina fazia coisas que não eram bem para meninas, e quando deixou de ser menina, ela continuou fazendo essas e mais coisas que meninas não fazem. Como uma menina grande, ela trabalhava para seu criador. Ele a protegeu por grande parte da vida, mas em dado momento, precisou muito de sua força, agilidade e astúcia, no entanto, não se lembrava da época em que a protegeu disso tudo.
Sendo agora tratada dessa forma, a menina se sentia incapaz. Ora pois, se eu tenho obrigações de grandes e sou tratada como pequena, por qual motivo eu deveria aceitar essas obrigações? A menina pensava.
Ela conheceu meninos-passáros que escolhiam não voar, enquanto ela queria com toda a alma, poder voar.
Algum tempo após começar a se sentir assim, ela encontrou um pequeno animal perdido.
“Não pode ter esse bicho, tenho filhotes em uma terra distante que você pode pegar”
“Mas ele está abandonado, os seus têm casa e comida”
“Você já tem dois em outra cidade”
E o progenitor decidiu dar para uma criança que passava. A mesma que dias antes estava a lançar pedras sobre o próprio animal que já possuía.
A menina agora que estava possuída. Ela escutou em algum lugar “Ainda há esperança. Depois da tempestade, sempre vem a enchente”, não poder escolher fazia de si uma tempestade.
“É apenas um bichinho, que mal tem?”
“Eu não escolhi, eu nunca escolhi o que quero ser e fazer. Pode se arrepender.”
A menina levantou a ira de um trovão, após anos segurando um céu azulado. A menina que não é mais uma menina voou entre os raios e se libertou.

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