Sabe, ainda não o esqueci. Ah, não sei te dizer. Às vezes me pego indo ver o que ele está fazendo online, muitos desses momentos ele está modelando. Tenho tanto orgulho da maestria com que treina e aprende o que gosta, queria poder dizer isso a ele. Também não sei, principalmente por não ter certeza ou entender o que sinto, sempre que tentei conversar com ele ou manter um contato, ele me cortou.
Desde o princípio disso já estava passando por uns maus bocados. No fundo, eu queria que ele tivesse conseguido estar comigo durante esse processo, mesmo que de longe. Não, não posso o procurar novamente. Uma vez, aceitável, duas, tolerável, três, humilhante, quatro seria uma bela de uma stalker. Isso não está em questão, posso gostar dele e de certa forma amar, mas e se foi um pensamento criado em minha mente para suprir uma necessidade de ter alguém para amar, quando não amo nem a mim mesma.
Ele estava diferente dessa vez, mas eu estava igual, talvez por isso não deu. Você pode me ajudar a não ir atrás dele de novo? Isso é tão patético, uma mulher como eu indo atrás de um jovenzinho imaturo? Não consigo me compreender. Quando deixo a mente devaneando, acabo pensando em maneiras de me aproximar dele. Mas sabe o que devo fazer? Isso mesmo. Vou acertar minha vida. Vou me colocar nos eixos e me ocupar tanto que não terei tempo de pensar nele. E quando olhar para trás, vai estar apenas a sombra do que um dia poderíamos ter sido. Que tal? E daí que não é saudável? Se eu me deixar levar, vou tomar o quarto fora, fazer isso me faria sentir em uma partida do jogo que gosto, na qual quanto mais somos derrotados pelos oponentes, mais fortes eles ficam. Seria isso? Ele se sente confiante o suficiente para sempre me dispensar? Pois acha que sempre vou voltar para ele?
Pois bem, colocar a cabeça no lugar. Obrigada por me aconselhar. Até a próxima sessão, doutora.